Todo carnaval tem seu fim.
Eu nunca poderia imaginar que um dia na minha vida eu seria capaz de não ter medo de nada só para encontrar alguém. A verdade é que eu perdi os meus medos com você.
Hoje eu estou escrevendo como forma de desabafo (isso não é novidade), porque preciso me livrar dessa caixa de lembranças suas. Vivemos tão pouco tempo juntos, porém nada se compara a todas as loucuras que esses poucos momentos trouxeram. Se hoje eu sou viciada no meu celular é pelo simples fato de que passar o dia inteiro conversando com você me trazia paz e segurança. Hoje eu me sinto insegura. Ouvir sua voz quando as palavras escritas se tornavam cansativas e nós queríamos continuar conversando, era como ouvir a música que eu mais gosto. Das nossas brigas eu guardo o quanto você ficava lindo com aquela cara de emburrado e o quanto eu só queria te acalmar e dizer que no final tudo ia ficar bem entre a gente. Eu conto no dedo as vezes que te vi nessa vida, mas não consigo contar as vezes em que adormecemos falando sobre o nosso dia, sobre os nosso planos, sobre o fato de sabermos que tudo não duraria mais que um ano, que tudo tinha prazo de validade. Mas naquele momento, o que era prazo de validade, mesmo? Quando você foi roubado, me procurou pelo Facebook e me fez passar um dia inteiro alternando ligações do celular da sua vó (que você pegou emprestado durante dois dias), e matamos a saudade nos vendo na conferência do Skype. Eu nunca te vi tanto como te vi naquele dia. A distância afetou. Nós começamos a ter outros planos. E quando você voltou, eu já sabia que não era mais a mesma coisa. Mas eu insisti, porque eu ainda sentia muito a sua falta e a vontade de ficar perto de você me matava. Mas aí chegou o carnaval. Mas aí chegou o nosso último beijo. E quem errou foi eu. Pela primeira vez eu assumo um erro, um desleixo, uma vontade desesperada de fazer tudo errado quando tudo podia dar certo. Hoje você passa por mim e eu queria sinceramente dizer que não sinto mais nada. Mas a sua caixinha de lembranças ainda não conseguiu ser destruída. Talvez no final do ano, quando você finalmente vai embora para sempre, e mesmo que eu queira, não vou ter notícias suas. Estou cometendo um outro grande erro. Mas todo carnaval tem seu fim...