quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A falta que você deveria fazer... e não faz.




Estranho. Começo o texto com essa palavra porque realmente tudo é muito estranho. Eu deveria estar chorando no meu quarto enquanto como brigadeiro e tomo coca-cola ouvindo as músicas que você me dedicava, mas não consigo. É tudo tão estranho! O dia em que você me deixou foi como um balde de água fria. Eu não esperava. Eu achava que tudo estava bem. Engano. Estava tudo bem comigo. Eu me importava somente com o "está tudo bem comigo" e não mais com o "está tudo bem com a gente". Eu achava que todos os meus esforços para te ver, depois daquela semana carregada de compromissos, de todos aqueles trabalhos intermináveis da faculdade, eu achava que você adorava me ver, depois de tudo, mesmo quando eu não estava com aquele vestido que você gosta, eu estava sorridente porque te encontrava. Mas você parou de sorrir naquele momento. E eu não entendia o porquê. Na verdade, no fundo eu até sabia porquê, mas o meu mundo encantado não me permitia fazer isso. E era você o motivo do meu encanto.
Depois de tanto tempo juntos, acho que me acostumei. Não era mais novidade, né? Sushi, churrasco, beira do rio... Não tinha mais graça. Só que hoje não tem graça sem você. Os lugares são apenas lugares e eu preciso descobrir outros.
Demorei para escrever sobre você, sobre o você que eu conheci de verdade. Porque estar apaixonada e estar enfeitiçada são adjetivos idênticos. Eu buscava os defeitos em você, mas não encontrava. Eu buscava motivos pra me livrar de você, mas não encontrava. Eu me encontrava em você e me perdia ao mesmo tempo. Isso me incomodava. Essa dependência. Logo eu, que nunca fui de me importar muito por tanto tempo, acabei me importando por dois anos...
Eu entendo que você se foi. Eu entendo o que você foi. Eu entendo o que você é. Só não entendo essa capacidade que eu tenho de te entender e não me entender. Eu não me entendo. Eu não entendo porque eu ainda sinto sua falta, mas não derramo uma lágrima pela sua ausência. Estou cumprindo com o combinado. Estou vivendo minha vida, afinal, não é todo dia que se tem 22 anos. Não volta mais, ok? Eu tô bem.